"Há recessos desconhecidos na nossa mente que estão além do limiar da consciência relativamente construída. Não é correto designar esses recessos por subconsciência ou superconsciência. A palavra além é simplesmente usada porque é o termo mais conveniente para indicar o lugar. Mas o certo é que não há na nossa consciência nem além, nem debaixo nem em cima. A mente é um todo indivisível e não pode ser desagregada em pedaços" (D. T. Suzuki - Introdução ao Zen)

"Entrar na floresta sem mover a grama; entrar na água sem provocar nenhuma ondulação" (Zenrin Kushu)

segunda-feira, 3 de maio de 2021

A Mulher Selvagem




Percebo a mulher selvagem

que em mim habita

mescla misteriosa de valquíria e ninfa

Ela vive trancada numa cela escura

Como todos buscam sufocar suas Sombras

em masmorras profundas

Há muito não busco mais o autoconhecimento

em raros alfarrábios misticos

Nem tenho a certeza de prelados e doutos

sobre coisa alguma

E ainda há os que fingem para si

as mais altas honrarias

com suas falsas personas

Minha selvagem se ve desnuda

sem preconceitos de forma

com a garra e o poder feminino

que nunca desiste nem acaba

e até mesmo o oceano agita em tempestade

Esta mulher selvagem que me habita

sem rédeas, sensual,

ve-se aprisionada

Ela sou eu ou eu sou ela?

Da mente que me atrae

como a luz trai a mariposa

Liberta enfim da cela

sinto a leveza que me invade

ao atingir-se este ponto sem volta

de criar-se a cada dia

assim segue, célere e faceira

a passos largos em direção

aos
 campos eternos

do meu Samadhi....

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